Mais um tropeção. E outro chicote no lombo. Feitor. Canalha. Eu via aquele branquelo safado descendo o couro nos irmão, mas eu não podia fazer nada. Porque, se eu levantasse minha voz, eu ia sê o próximo. E eles descarregava aquela raiva toda pra cima de mim. Se liga. A vingança pulsava nos meus dois olho, e um dia eu ia desce naquele lombo a mesma raiva que ele descia nos meus irmão. E não ia sobra nenhum pedacinho daquele pele branquinha pra conta história.
Eu era só um jovem negro. Pai e mãe africano, mas nascido nessa terra. Nesse mundo novo, que sempre falaro pra eles que ia sê a salvação. Vendido como animal, eles foram, mas era melhor que aquele inferno na África. País de nossos pais. País de merda. Se um dia eu pisá no congo, eu ia explodi todos aquele que mataram meus avós. Minha família.
Eu não tinha nem vinte, e já tinha muita raiva acumulada no meu coração. E o coração manda na cabeça, sabe? Sempre mandou. Mesmo que eu não fosse sempre rapido de pensamento, eu sempre soube em quem descê o braço. E foi numa dessas que eu acabei surrado, no canto da senzala, preso com outros insurgente.
Aí surgiu a idéia. Eu e os outro negão ia acabá com aquela merda. A gente ia botá aquelas cela abaixo e acabá com tudo. Acabá com eles. Mas não deu nada certo, a gente não contava que eles tinha arma que atirava na gente. Todos os manos morreram. Todos eles. Eu fiquei, mas me culpei por isso. Me escondi no mato enquanto meis irmãos se entregavam pra morte. Preferiam morrer a apanhá deles denovo.
Mas eu fiquei lá. Escondido. Fiquei dias. Lá no mato, vagando, sozinho. Eu queria morrê com eles. Eu devia ter ido pra batalha. Aí esses irmãos me encontraram. Me levaram pra esse lugar, no meio do mato, que eles falaro que ia se um pedaço da nossa casa na nova terra. Que a gente não precisava ser igual, que a gente só precisava ser nóis mesmo. Uma ova.
Aquele lugar era tão podre quanto o que eu vinha. Eles falava que eu era livre, mas tudo tinha que dá explicação. Tudo tinha que falar, tudo tinha que discutir. E eles tinha esses negão, que eles chamava de "conselho da liberdade". Trapaça, tá ligado? O dia que um irmão condenou o outro a morrê, eu vi que tinha uma coisa errada. Eu via o congo acontecendo ali, bem na minha frente. Quanto ia demorá pra eles acabarem vendendo meus irmãos?
Fosse negão ou não, eles merecia pagá. E pagaro muito caro. Eu bebi todo o sangue deles, como mamae falou que Zulu fazia. E eu tava sujo com aquilo tudo, mas tava limpo da minha culpa. E foi quando eu me decidi, um irmão não pode oprimi outro. Não pode mata um ao outro. Só se merecer.
Eu precisava saí dali. Se os irmão descobrisse o que eu fiz, eu ia sofre a mesma opressão. Aqueles mano que eu matei era "importante", e ser "importante" só qué dize que eles podem matar à vontade. Eu não. Eu só ia matá quem merecesse, mas nunca mais eu ia fugir da batalha e deixa irmão de sangue meu morre. Nunca mais.
Aí eu fui pra essa cidade aí, que eles chamava de Nova York. Parecia grandona, parecia bem perto do que eu queria. Mas lá eu podia começá tudo denovo. Podia se eu mesmo. Podia acabá com os branco que oprimia meus irmão. Mas aí eu perdi a linha, tá ligado... Um negão caipira do sítio na cidade não arruma qualque emprego. Aí veio esses negão, e me disseram que eu podia ser útil pra eles. Falaro que ia esfolá os branco, e eu não fujo da luta não. Aceitei.
Comecei a andá por aí com eles. Fiquei uns anos assim, mas aí eu ia percebendo que a opressão vinha de tudo os lado... Mas eu comprei o jogo, só queria mesmo voá no pescoço daquele negão cheio dos ouro que achava que mandava na gente. E a vingança começo a inflamá meus dois olho denovo.
Aí teve um dia que a gente entro nessa casa. Grande, bonita. A gente achou que entrá de noite ia sê uma boa idéia. Mas a mulher que ficava lá não dormia de noite. Eu não sei como ela fez tão rapido, irmão, mas ela matou tudo os mano e bebeu o sangue deles.. na minha frente. Bem como eu tinha feito. Eu não conseguia me mexê, parecia que ela tava dentro da minha cabeça...
Mas aí ela não me mato. Ela chegou perto de mim e fico falando que eu era bonito demais pra tá tão sujo. E aquele sotaque. Eu queria bate nela, mas tava com muito medo pra isso. E ela continuou falando, mas alguma coisa não deixava eu falá. Ai ela me prendeu na casa dela, falo que eu tinha que aprendê a fala direito, que eu tinha que sê mais educado. Ela falo que o nome dela era Nora.
Ela me ensino um monte de coisa. Ensino a servi a mesa, comeu junto comigo como se eu fosse igual. Ela me falo que só saia de noite porque ela precisava bebe sangue. Mas eu não conseguia me livrá dela, eu amava ela muito... Ela me ensino essas arte, musica, pintura, essas coisas. Ela falo que a casa dela um dia ia ser minha.
Um dia aí ela me levo na reunião com um tal de principe. Ela falou alguma coisa sobre o cara curti umas rosa também. Tinha essa parada de manhattan, onde ele morava, e ela falo que ele era o principe. Ele falo que a gente não podia fica junto, que eu era um negão ignorante e que não podia ter o sangue dele. Eu morria de ódio daquele branco vagabundo. Sentado no troninho ele era valentão, mas quero vê se ele me encarava na briga.
Aí a Nora começo a muda comigo. Começo a me trata mal, e eu não podia nem mesmo levanta a voz contra ela. Eu morria de medo. Tava com medo denovo, não conseguia ir pra batalha.. E isso era a morte pra mim. Um dia, eu fiquei com tanto ódio, que parti pra cima dela, mas ela me soco com um golpe só. Eu cuspi um monte de sangue, e caí no chão.
Eu nunca tinha imaginado como ia se, mas eu sabia que ia. Nem doia tanto. Eu ia parando de respira e ia sentindo meu coração para de bate. E tinha lá no fundo uma coisa, me chamando. E pela primeira vez eu não me senti oprimido por alguem. Mas aí não deu tempo de chega na voz, e eu me via na sala da casa dela denovo. Ela chorava muito, e eu sentia muita dor... Como se tivesse morrendo denovo.
Fiquei uns dias preso. Eu não conseguia dormi de noite, mas apagava de dia. Ela pregou as janela tudo, e eu não conseguia sair. Aquilo foi aumentando meu ódio com ela. Um dia ela me liberto, e me explico que eu tinha virado um vampiro. Que eu era mais forte agora, e que tinha todo um esquema ai que ela chamou de Camarilla.
Mas eu guardei minha raiva. EU precisava aprende com ela. E ela me ensino tudo, e eu era bem rapido que nem ela. Ai aprendi um monte de outras coisa também. Aprendi dos garou, dos fantasma, e de tudo mais que andava na noite. Aprendi de quem eu tinha que ficá longe. E aprendi sobre os sabá também, que se achava os fodão do sangue.
A Nora não sabia muito bem o que faze comigo. Dizia que eu não podia sai com ela, que eu não devia existi, que iam pegar ela por ter me criado. E eu não aguentava aquilo. Meu ódio por ela aumentava cada dia mais. Aì veio essa crise, e todo mundo ficou pobre. E ela perdeu tudo o que tinha. Na rua, era minha lei. Mas eu não deixei ela saí na rua, ela começo a chora denovo dizendo que ninguém amava mais ela.
Aì eu disse que eu nunca amei ela. Nem foi dificil pega ela, mas eu tava com tanto ódio que chupei todo o sangue dela. Eu já tinha feito em gente, mas eu não sabia que dava pra faze em vampiro. Eu ja tinha ouvido fala e nem sabia fala o nome que eles falaro, mas eu chupei ela até quando não tinha sangue pra chupa. E eu me senti mais poderoso que nunca.
Eu andei pelas rua, e nesse lugar que era o Bronx esses cara me acolhero como se eu fosse um deles. Esse eu aprendi o nome. Brujah. Aprendi tudo que tinha pra aprende com eles. Aprendi que os vampiro podia se igual, aprendi que eles não precisava se oprimido. Eles dissero que eu era corajoso, e me ensinaram muito, como soca uma parece e quebrá ela em dois.
Eles falaro que minha habilidade era grande, que eu era poderoso porque tinha pouca geração. Eu fui logo pro topo deles, todos confiava em mim. Eu aprendi a usa o poder do meu sangue pra faze eles gosta de mim, e eu me sentia bem com isso. Mas eu não oprimia eles não, eles eram meus mano, meus irmão.
Aì eu vi que o bronx tava um lixo. E fui gostando daquele lugar. Meu lugar não podia ser um lixo, e com todos esses irmão se matando por gangue. Aí eu falei pra eles que eles devia batalha na arte, tá ligado? Eu inventei um dia esse trem de dança no chão, que eles começaram a chamar de Break. Aí colocaro ritmo numa poesia, e chamaram de RAP. eu curtia essas parada, ninguém mais tava morrendo, ninguém mais tava se matando.
Mas a gente não vivia em paz. Tinha esses branquelo que achava que controlava tudo, esses mesmo aí da camarilla. E falava que os sabá podia ajudá, mas eles só oprimia meus mano que andava de dia. Aí eu não aguentei, e o bronx declaro guerra a eles. Mas o bronx não podia continuar um lixo. Ele precisava melhora.
Aí a gente fez uns parque. Trouxemo um hospital grande pra lá, e colocamo nele o nome do cara que libertou meus irmãos. Colocamo uns programa pros jovens largá as droga, pras menina não engravidá tanto. Trouxemo a casa dos yankees pro bronx, e os mano curtiro. Fizemo prédio de shopping, fizemo muita coisa. Qualqué vampiro que entre no bronx e quiser ser livre é bem-vindo, mas tem que ser igual aos mano.
Se tu quise pinta as parede, nóis vamo curti, tá ligado? Se que luta com teu irmão, luta com ele nas palavra, não na porrada. Irmão não mata Irmão. E todo mundo curte isso aí que a gente chamo de Hip-Hop que nasceu aqui, no berço da liberdade e igualdade entre todos os irmãos.
Eles me chama de barão. Mas eu não so chefe de ninguém não, mas a raiva de todo mundo só se concentra em nos mante na paz. A gente só mata quem merece morre. E o bronx é um lugar bom de vivê agora, por causa dos mano que curte trabalha pela liberdade. Eu sou anarquia. E todo mundo pode se livre. Livre de verdade.