acabo de chegar em N.Y....
olho no relógio... 00:01
se eu num tivesse esperado o momento certo pra afanar a porchete do individuo que dormia ao meu lado no onibus eu teria descido às 00:00 em ponto. ele estava de de calças xadreza e moleton, parecia um turista e parecia muito bêbado pra perceber que eu estava sentado no banco antes dele entrar no onibus.
e o motorista muito cansado pra perceber que o individuo de sobretudo e chapel que descera era o mesmo que continuava escornado nos fundo do onibus.
abro a porchete e vejo o que tem dentro...


olho para o ceu pra ver o tempo. frio quase nevando. a paisagem mudara muito depois de minha saida... não conheço mais nada nem ninguem aqui. terei de começar tudo de novo.
o melhor lugar para se começar a conhecer uma cidade é...

banca de jornais

olho para os lados e vejo uma a uns 50 metros de mim. retiro algumas notas de dentro da porchete e compro alguns exemplares de jornais diferentes... ando mais alguns passos e me sento em um banco e começo a ler os jornais.

off....

tem alguma seção onde mostra os ultimos acontecimentos da cidade?
eventos... casos de policia... tabloides... telenvelas... cruzadinha....kk

noticia que chama mais a atenção...

"MORTES SEM EXPLICAÇÃO CIDADÕES ATERRORIZADOS EM NOVA YORK"

interessante... com certeza coisa do sabá. mas tem mais coisas por ai ...
mesmo o sabá num gosta de cagar onde ele se alimenta. deve ta rolando uma guerra ou uma treta pesada por ali. e o sabá ta querendo queimar o filme de alguem.
bem... como num to fazendo nada... acho que vou dar uma chegada por lá pra bisbilhotar.

mas o melhor caminho sempre é os esgotos. no caminho quem sabe eu num encontro um imão de clan num é mesmo.

me levanto deixo os jornais no banco e sigo para um acesso de esgoto que seja no minimo discreto.

Passo por umas três ou quatro esquinas observando se encontro alguma passagem para o subterrâneo que dê para passar até que encontro uma passagem aberta com alguns trabalhadores noturnos em seu horário de pausa pro café.
dou uma marcada em suas vestes e entro em uma lanchonete na esquina desse mesmo beco. Um lugar onde o pessoal costuma dar uma pausa.
Eu entro e sigo para o banheiro. Dentro de um box eu mudo a minha forma e saio de lá como um trabalhador. Mudo um pouco a minha face colocando apenas os cabelos um pouco mais grisalho e a barba mal feita. E sigo para o acesso. Passo pelos trabalhadores... um ou outro me encara e eu retribuo com um comprimento e sigo meu caminho.
Chego no acesso e entro no bueiro. Desço a escada de marinheiro... chego no fundo e começo a andar...
Em um momento que não ver mais movimentação de trabalhadores eu uso ofuscação e desapareço. E continuo andando...

DEPOIS DE UM TEMPO ANDANDO EU SENTO NO CHÃO E ESPERO O NARRADOR DAR SINAL DE VIDA.

vou deitar no chão... e começar a meditar